A linguagem é uma das habilidades mais distintamente humanas. É o nosso principal meio de comunicação, fundamental para a expressão e elaboração de nossos pensamentos e sentimentos.
Em resumo, a linguagem é a maneira pela qual codificamos informações para compartilhar com os outros e interpretar as informações que recebemos do ambiente. Ela é essencial para expressar nossos pensamentos e interagir com o mundo.
Existem diferentes formas de linguagem, como a falada e a escrita, que envolvem áreas distintas do cérebro e mobilizam diferentes recursos de aprendizado e compreensão. Elas estão intrinsecamente ligadas aos órgãos sensoriais e à área cerebral responsável pela percepção.
No entanto, nem sempre a linguagem funciona da maneira esperada. Existem várias alterações da linguagem que podem afetar a comunicação e a compreensão. Algumas delas incluem:
Afasia: a perda da linguagem, tanto falada quanto escrita, devido à incapacidade de compreender e utilizar símbolos verbais.
Parafasias: formas mais sutis de déficit de linguagem, nas quais o indivíduo deforma determinadas palavras.
Agrafia: a perda da habilidade de escrever.
Alexia: a perda de origem neurológica da capacidade previamente adquirida para a leitura.
Disartria: a incapacidade de articular palavras corretamente devido a alterações neuronais relacionadas ao aparelho fonador.
Disfonia e Disfemia: disfonia é uma alteração na fala devido à mudança na sonoridade das palavras, enquanto a disfemia, como a gagueira, é uma alteração na linguagem falada sem lesão orgânica.
Essas alterações podem estar associadas a transtornos psiquiátricos primários e podem incluir sintomas como:
Logorréia / Taquifasia / Loquacidade: produção aumentada e acelerada da linguagem, muitas vezes sem lógica no discurso.
Bradifasia: fala muito vagarosamente.
Mutismo: ausência de resposta oral.
Perseveração e estereotipia verbal: repetição automática de palavras, frases ou trechos, geralmente de forma mecânica e sem sentido.
Ecolalia: repetição automática das últimas palavras do interlocutor.
Palilalia e Logoclonia: repetição das próprias palavras após emitidas.
Tiques verbais ou fonéticos e coprolalia: produções recorrentes de fonemas ou palavras impróprias e irresistíveis. A coprolalia envolve a emissão de palavras obscenas.
Glossolalia: produção de fala gutural e incompreensível.
Neologismos patológicos: criação de palavras inteiramente novas ou atribuição de novos significados a palavras já existentes.
A avaliação clínica da linguagem é crucial para compreender e abordar essas alterações. É importante observar a produção e qualidade da fala do paciente, bem como sua capacidade de compreensão e expressão. A semiotécnica simplificada da linguagem pode ajudar na avaliação:
Como é a fala do paciente?
As respostas são coerentes?
O discurso é compreensível?
O discurso é gramaticalmente correto?
Há palavras estranhas?
Existem neologismos ou paralogismos?
Há repetições estereotipadas?
Existem tiques verbais?
O paciente tem dificuldades em encontrar palavras?
A compreensão das complexidades da linguagem é fundamental para a avaliação e tratamento adequados de alterações da linguagem e pode contribuir para uma melhor compreensão da mente humana.
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