A memória é um processo cognitivo essencial que nos permite registrar, manter e evocar experiências e fatos ocorridos ao longo do tempo. É por meio da memória que adquirimos conhecimento e consolidamos informações que aprendemos. Neste artigo, exploraremos os diferentes tipos de memória, os estágios de armazenamento e recuperação, bem como as possíveis alterações que podem afetar esse sistema fundamental.
Os Diferentes Tipos de Memória
De acordo com neurocientistas e psicólogos, existem dois tipos principais de memória:
1. Memória Explícita (ou Declarativa): Essa forma de memória está relacionada ao conhecimento consciente e é manifestada através de palavras, gestos e mensagens.
2. Memória Implícita (ou Não Declarativa): Trata-se das informações que usamos para executar ações motoras de forma inconsciente, como andar de bicicleta, dirigir e dançar.
Os Estágios da Memória
Atkinson e Shiffrin (1968) identificaram três estágios distintos da memória:
1. Memória Sensorial Passageira: Origina-se dos órgãos sensitivos e registra informações a serem enviadas ao cérebro. Parte dessa memória se transforma em memória de curto prazo.
2. Memória de Curto Prazo: Retém informações por um período limitado e pode ser eliminada ou transferida para a memória de longo prazo. Inclui também a "memória de trabalho", responsável por memorizar informações úteis em momentos específicos.
3. Memória de Longo Prazo: Armazena informações por tempo indeterminado e contém dados autobiográficos e conhecimentos adquiridos ao longo da vida.
O Papel Adaptativo do Esquecimento
Muitas vezes, o esquecimento é associado a uma falha mental ou patologia, mas, na verdade, ele desempenha um papel importante como filtro do que é realmente relevante para nós. A memória é adaptativa, pois não memoriza tudo a que estamos expostos, transformando e selecionando informações. No entanto, também podemos encontrar alterações patológicas da memória.
Alterações Quantitativas da Memória
Hipermnésias: Representações (elementos mnêmicos) fluem rapidamente, mas indicam mais a aceleração do ritmo psíquico do que uma alteração real da memória.
Amnésias: Refere-se à perda de memória e da capacidade de fixar ou evocar informações. Pode ser de diferentes tipos, como amnésia psicogênica, amnésia orgânica e amnésia anterógrada.
Alterações Qualitativas da Memória
Essas alterações envolvem principalmente a deformação do processo de evocação de conteúdos mnêmicos previamente fixados, tais como:
Ilusões Mnêmicas: Adição de elementos falsos a uma memória verdadeira, tornando a lembrança fictícia.
Alucinações Mnêmicas: Criações imaginativas que parecem ser lembranças, mas não correspondem à realidade.
Fabulações: Memórias isoladas são artificialmente completadas para preencher lacunas na memória.
Criptomnésias: A memória é falsamente interpretada como fatos novos, comum em casos de demência e Alzheimer.
Avaliação Clínica da Memória
Existem diversos instrumentos neuropsicológicos para avaliar a memória, mas também é possível realizar uma avaliação por meio de perguntas e técnicas específicas. Alguns testes simples incluem:
Testes de Memória Verbal Simples: Repetição de palavras e listas de palavras aleatórias.
Teste de Memória Visual: Esconder objetos e testar a lembrança de suas localizações após um intervalo.
Teste de Memória Verbal por Associação de Palavras: Associar palavras em pares e avaliar a lembrança dos pares.
Teste de Memória Lógica: Repetição imediata de uma história com 16 itens distintos.
Conhecer a memória e suas alterações é fundamental para entender como nosso cérebro funciona e como podemos identificar possíveis problemas cognitivos. Espero que este artigo tenha sido informativo e enriquecedor sobre esse importante processo cognitivo. Se você quiser saber mais ou tiver alguma dúvida, deixe um comentário abaixo.
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